Carnaval e Saúde: Como prevenir ISTs e curtir com segurança

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O Carnaval é sinônimo de festa, diversão e interação social. Entretanto, essa época do ano também traz consigo o aumento de comportamentos de risco, como a prática de sexo desprotegido, que pode levar à transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Carnaval é um dos períodos em que ocorre o maior número de diagnósticos e notificações de ISTs, como sífilis, HIV e gonorreia. A combinação entre maior contato social, consumo de álcool e falta de informação contribui para a propagação dessas doenças.

Neste artigo, você vai descobrir como prevenir as ISTs, identificar os sinais de alerta e proteger a sua saúde durante o Carnaval.

 

O que são ISTs?

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são infecções transmitidas principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, anais ou orais. Algumas ISTs também podem ser transmitidas pelo contato com sangue contaminado, durante a gravidez, ou no parto, de mãe para filho.

Elas podem ser causadas por vírus, bactérias ou parasitas e, muitas vezes, são silenciosas nos estágios iniciais, dificultando o diagnóstico. Isso torna a prevenção e os exames regulares fundamentais para evitar complicações.

Entre as ISTs mais comuns estão:

 

HIV/AIDS

O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é um vírus que ataca o sistema imunológico, enfraquecendo as defesas do organismo contra infecções e doenças. Quando não tratado, o HIV pode evoluir para a AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), uma condição em que o corpo fica extremamente vulnerável a infecções oportunistas e cânceres.

Como é transmitido?

• Relações sexuais desprotegidas (vaginais, anais ou orais).

• Contato com sangue contaminado (agulhas, transfusões).

• De mãe para filho, durante a gravidez, parto ou amamentação.

Sintomas:

No estágio inicial, os sintomas podem incluir febre, dores no corpo e cansaço. Após essa fase, o HIV pode permanecer assintomático por anos, o que reforça a importância de testes regulares.

Dado importante: Segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS, foram registrados mais de 38 mil novos casos de HIV no Brasil em 2022.

 

Sífilis

A sífilis é uma infecção bacteriana causada pelo Treponema pallidum. É conhecida por ter diferentes estágios (primária, secundária, latente e terciária), cada um com sintomas específicos.

Como é transmitida?

• Relações sexuais desprotegidas.

• De mãe para filho, durante a gravidez (sífilis congênita).

Sintomas:

• Estágio primário: Aparece uma ferida indolor (cancro duro) na região genital, que desaparece espontaneamente.

• Estágio secundário: Surgem manchas pelo corpo, febre e ínguas.

• Estágio latente: A doença fica "adormecida" e sem sintomas, mas o paciente ainda pode transmiti-la.

• Estágio terciário: Pode causar complicações graves, como problemas no coração, cérebro e ossos.

Dado importante: A sífilis afeta cerca de 180 mil pessoas por ano no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

HPV (Papilomavírus humano)

O HPV é uma infecção viral que afeta a pele e as mucosas, sendo uma das ISTs mais comuns no mundo. Existem mais de 200 subtipos do vírus, e alguns deles estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de cânceres, como o de colo do útero, ânus e orofaringe.

Como é transmitido?

• Contato sexual desprotegido.

• Contato direto com a pele infectada.

Sintomas:

• Verrugas genitais (podem ser pequenas ou agrupadas).

• Em muitos casos, o HPV é assintomático, especialmente os subtipos de alto risco que causam câncer.

Dado importante: Cerca de 90% dos casos de verrugas genitais são causados pelo HPV. A vacinação pode prevenir os principais subtipos relacionados ao câncer.

 

Gonorreia e clamídia

A gonorreia (causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae) e a clamídia (causada pela bactéria Chlamydia trachomatis) são infecções bacterianas que afetam o trato genital, mas também podem atingir a garganta e o reto.

Como são transmitidas?

• Relações sexuais desprotegidas.

Sintomas:

• Corrimento anormal (esbranquiçado, amarelado ou esverdeado).

• Dor ou ardência ao urinar.

• Em mulheres, dor pélvica e sangramentos fora do período menstrual.

• Em homens, dor nos testículos.

Se não tratadas, podem causar complicações graves, como infertilidade, doença inflamatória pélvica (DIP) e infecção generalizada.

Dado importante: Muitas pessoas com gonorreia ou clamídia não apresentam sintomas, mas continuam transmitindo a infecção.

 

Herpes genital

O herpes genital é causado pelo vírus do herpes simples (HSV), que se divide em dois tipos principais: HSV-1 (mais comum em infecções orais) e HSV-2 (predominante nas infecções genitais).

Como é transmitido?

• Contato sexual desprotegido.

• Contato direto com lesões ou fluidos contaminados.

Sintomas:

• Lesões pequenas e dolorosas na região genital ou anal.

• Coceira, ardência e vermelhidão.

• Em casos recorrentes, as lesões podem voltar após períodos de estresse ou queda da imunidade.

Embora o herpes não tenha cura, existem medicamentos antivirais que reduzem a frequência e a intensidade dos surtos, além de diminuir o risco de transmissão.

 

Por que o Carnaval exige maior cuidado com a saúde sexual?

Durante o Carnaval, fatores como maior consumo de álcool, euforia e encontros casuais podem levar ao sexo desprotegido. Segundo um estudo publicado na revista Sexually Transmitted Diseases, eventos festivos e grandes celebrações estão associados a um aumento no comportamento de risco, com picos de infecções reportados logo após o período.

Além disso, o Ministério da Saúde destaca que o uso inadequado do preservativo é um dos principais motivos para a disseminação de ISTs no Brasil, com dados indicando que 40% da população sexualmente ativa não utiliza preservativos regularmente.

 

Como prevenir ISTs no Carnaval?

A prevenção é a forma mais eficaz de combater as ISTs, garantindo que você aproveite a folia com segurança.

Use preservativos em todas as relações sexuais

O preservativo, tanto masculino quanto feminino, é a principal barreira contra as ISTs. Quando usado corretamente, ele pode prevenir infecções como HIV, sífilis, gonorreia e clamídia.

Como usar o preservativo de forma adequada:

• Verifique a validade e a integridade da embalagem antes de abrir.

• Aplique o preservativo no momento certo, antes de qualquer contato sexual.

• Descarte-o após o uso e nunca reutilize.

Dica prática: Leve preservativos extras com você durante o Carnaval. Muitos blocos e eventos distribuem gratuitamente, mas é sempre bom estar prevenido.

 

Vacine-se contra HPV e hepatite B

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente vacinas contra o HPV (para pessoas de 9 a 45 anos) e a hepatite B. Essas imunizações são essenciais para prevenir doenças que podem ter complicações graves, como o câncer de colo do útero e cirrose hepática.

Dados importantes:

• A vacinação contra o HPV pode prevenir cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero, segundo a OMS.

• A hepatite B é transmitida sexualmente e, segundo a SBH, ainda afeta milhares de brasileiros que desconhecem sua condição.

 

Realize exames de rotina

Mesmo sem sintomas, é fundamental realizar exames regularmente para detectar ISTs. Testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites estão disponíveis em unidades básicas de saúde. O diagnóstico precoce permite o início imediato do tratamento, evitando complicações e a transmissão da doença para outras pessoas.

 

Cuidado com álcool e substâncias psicoativas

O consumo excessivo de álcool e outras substâncias pode prejudicar o julgamento e levar a comportamentos de risco, como o sexo sem preservativo. Estudos, como o publicado no Journal of Studies on Alcohol and Drugs, mostram que o consumo de álcool está diretamente ligado ao aumento da transmissão de ISTs em períodos festivos.

 

Converse com seu(s) parceiro(s)

O diálogo é uma ferramenta poderosa na prevenção. Pergunte sobre o uso de preservativos, histórico de infecções e incentive o teste de ISTs antes de iniciar uma relação sexual.

 

E se eu me expuser ao risco?

Se você teve uma relação desprotegida ou suspeita de exposição, aja imediatamente:

1. Profilaxia Pós-Exposição (PEP): Um tratamento com medicamentos antirretrovirais que reduz as chances de infecção pelo HIV. Deve ser iniciado dentro de até 72 horas após a exposição. Disponível no SUS.

2. Realize exames: Procure uma unidade de saúde para fazer testes rápidos e verificar possíveis infecções.

3. Hidrate-se e cuide do corpo: Caso surjam sintomas, procure ajuda médica rapidamente.

 

Quando procurar ajuda médica?

Consulte um médico ao perceber qualquer sinal ou sintoma relacionado às ISTs, como:

• Feridas ou lesões na região genital, anal ou oral.

• Corrimento anormal com odor forte.

• Ardência ou dor ao urinar.

• Verrugas ou manchas na pele.

O Carnaval é uma época para celebrar, mas a diversão só é completa quando vem acompanhada de responsabilidade. Prevenir ISTs é um ato de autocuidado e respeito ao próximo. Use preservativos, vacine-se e busque informações confiáveis para proteger sua saúde.

Se você tem dúvidas ou suspeita de exposição a uma IST, procure ajuda médica o quanto antes. Cuidar da saúde é o maior investimento que você pode fazer para aproveitar a vida plenamente.

Compartilhe este conteúdo e ajude a disseminar informações valiosas neste Carnaval!

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